24 agosto, 2015

LXIII - O Artista e o Cubo

O que eu admiro no artista é isso: "A capacidade de extrapolar o limite do cubo".

Eu, daqui de dentro, imagino como deve ser. Imagino que o artista pode ser ele mesmo fora do cubo, pode ser quem ele quiser dentro do cubo sem que ninguém saiba ou mesmo de propósito para que todos vejam.

Eu, pra variar, vejo o cubo uniformemente com seis lados, esteticamente calculado, estrategicamente numa vista isométrica, mas aposto que se eu perguntar como é o cubo para o artista, ele dirá que o cubo tem oito lados, ou melhor, me dará uma surpreendente resposta que uma mente incapaz de pensar fora do cubo, pensaria.

Dizem que o artista cria, mas eu penso que o artista apenas explora. Explora tão longe que aqueles que vivem dentro do cubo, pensa que é criação. É nada! Extrapolou o limite do cubo. Descobriu que o cubo pode ter muitos outros lados interessantes que o próprio cubo desconhece.

Eu tenho vontade de ser um artista, de repente um dia, quem sabe?

O artista é capaz de nos mostrar coisas que pensávamos saber de outra forma totalmente diferente. Alguns acham que é loucura, outros acham graça e os que acreditam, muitas vezes também experimentam o que é ser artista.

Artista pode expressar o que explorou através da dança, da música, do rabisco de desenho ou de uma pintura. Um artista é tão artista que pode explorar o próprio cubo e coloca-lo pra fora, ou trazer o de fora para o cubo em linguagem cúbica.

E eu, aqui dentro, vou tomando coragem pra ver o que tem lá fora. Nunca ouvi falar de artista que deixou de ser artista. Mas já vi quem não era se tornar. E aqui estou, observando e me encorajando, quem sabe?

E quer saber? Eu, neste cubo penso que o artista explore tão longe, mas nem deve ser tão longe assim.

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