25 abril, 2009

XLI - Escravo do Coração (Parte I)

Eis me aqui preso nesta jaula, onde sou torturado por um coração. Este que se diz bom, mas na verdade não passa de um carrasco que força a mim, alma, sofrer por sentimentos que desconheço, mas machucam.

Abandona-me por tempos aqui, prometendo a minha liberdade e me provoca a solidão, zomba minha cara, provocando-me a insatisfação, ameaça-me dizendo que vai me jogar em qualquer lugar que desconheço e me parece medonho.

Mas ouvi dizer uma vez, sobre uma tal de esperança, mas não dei muita importância. Se ela realmente existe, esperar por ela não vai melhorar em nada. Prefiro passar meu tempo escrevendo, escrevo pelas paredes de minha jaula. Quase não há mais espaços em branco, mas não me importo, sobreponho as anteriores. Sempre há alguém que passa por aqui me observando, e sabe o que estou dizendo.

14 abril, 2009

XL - Saudade Arterial

Lá vem você dizer que só porque meu título tem a palavra saudade, significa que meu texto é penoso, pesado, doloroso, choroso ou depressivos em geral. Pois de certa forma você não está errado, porém, só vou citar o lado enfadonho dele para não fugir às regras.

Saudade é sim um sentimento triste, que nos trás lembranças de algo que já tivemos e perdemos e que sabemos que não vamos ter mais... não da mesma forma, pelo menos. Mas isso pulsa em minha mente hoje em dia, assim como pulsa o coração para levar sangue para o nosso corpo.

Em minha mente, essa saudade que fazemos questão de lembrar, a tão enfadonha e chorosa é classificada de saudade venosa. Nessa saudade aí é que ficam aqueles passados tristes que vivemos lembrando nas horas que não temos o que fazer da vida.

Mas você já parou pra pensar naquele sentimento de "não tenho mais, mas tá logo ali"?
Não achei palavras pra explicar essa sensação, mas tenho por alto, uns dez exemplos pra ilustrar isso.

O mais famoso deles é aquele do companheiro amado. Você passou o sábado inteiro com ele, brigaram por coisas bobas e até se enjoou de vê-lo ali naquele instante. Mas, quando ele te dá o último beijo do dia, quando ele some pela curva da rua da frente, já está lá você, sentindo saudade.

Saudade do que, se você não o perdeu? Tristeza? Dor? Sacrifício? Que nada!
É uma saudade gostosa de sentir. Daquela que se fica dois dias e é até mais gostoso de matar depois. É uma espécie de vício. É uma saudade que vem junto com alguma lembrança do passado, uma lembrança que você sabe que vai ao seu encontro logo mais, daqui um ou dois dias.
E é dessa aí eu gosto. Poucos falam sobre ela, mas ela existe.

A Saudade Arterial.