Estava ali aguardando a minha vez na máquina copiadora quando ela apareceu. Não a conhecia pessoalmente, mas tua antipatia contrastava com tamanha elegância. Não havia um só dos que eu conversava que não dizia que ela era do avesso, azeda, mas quando a via, toda essa coletânea de afirmações era automaticamente negada.
E enquanto ainda ali aguardava, passei a perceber que ela vinha em minha direção. E quanto mais se aproximava, mais gélidas ficavam minhas mãos, mais raízes eu criava ali naquele chão e mais as palavras da minha mente corriam e se escondiam por trás de meu crânio, como se houvesse a caminho um tufão.
Boquiaberto e sem reação, tudo o que eu esperava era finalmente ver por trás de toda aquela elegância o azedume que tantos falavam. Esperei tanto que um lapso de memória tomou um pedaço do meu tempo.
E quando este se foi, ali estava ela retirando uma folha de papel impressa e respondendo com um sorriso por algo que eu havia perguntado sem nem eu saber o que é até hoje:
"- Não é não. Acho que é impressão sua!"
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