Geava como não se via há anos. Como não havia nada o que fazer, resolvemos fuçar no quartinho das bagunças. É incrível como somos capazes de acumular coisas que nunca mais serão usadas, achando que um dia será útil. Contas pagas de 1990, lata de tinta branca com um finzinho praticamente seco, sacolas plásticas, ferramentas e parafusos.
Eis em meio a tanta desordem, uma máquina fotográfica daquelas de filme estava jogada por lá e como dois curiosos, não podíamos deixar de verificar se funcionava. Fuçamos mais um pouco para encontrar filmes e pilhas também.
E então começou a brincadeira. Tirávamos foto disso ou daquilo, dela e minha, tirávamos fotos do frio, do sorriso, da mão roxa e das plantas congeladas. Tirávamos e tirávamos, ríamos aos montes e nos aquecia. Tirávamos mais e mais, amávamos e tirávamos, e no fim, estávamos somente nós, sós e nus.
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