Faz pouco menos de um ano que estou dirigindo oficialmente e já sei duas coisas: a primeira é que eu não sou um bom motorista e a segunda é que a visão das coisas de lá de dentro pode ser um foco de inspiração.
Enfrentar o tráfego tenso dos dias úteis não é tão ruim assim. Música também não relaxa se for música por música. Tudo tem suas ligações e os seus porquês. Foi ali de dentro do carro que reparei que as luzes das prefeituras nunca estão totalmente acesas. Foi de dentro do carro que descobri que quando o vidro misturado com a água da chuva turva a imagem dos monumentos históricos e fazem deles incríveis gárgulas malignas. Foi lá dentro também que descobri que podemos ter inspirações incríveis e que nem todas elas podem ser escritas e acabam perdidas entre a fumaça dos caminhões e os sinais de avanço do semáforo. Enfim, o que sobra é fagulhas de inúmeras idéias que, se juntadas formam, bem ou mal, uma história para contar a alguém.
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