E o que é que faz ser tão especial?
Nem o momento, nem o amor. O sabor do beijo é ainda melhor quando bem temperado. E de onde vem esse tempero? Ah! Esse tempero é fruto de algo que pouco se dá importância e começa das mãos. É das mãos que nasce o abraço, aquele que nos mantém bem próximos como que se uma corrente nos envolvesse, mas sem sufocar. É ela que é capaz de soltar a corrente sem nos deixar distante e nos envolve em outra dimensão com as brincadeiras: um carinho, um aperto sem maldade, um afago, um tapa sem dor. E nessa hora a brincadeira das mãos chama outros elementos, os lábios, que com um beijo de desculpa esfarrapada vem só pra chamar o belisco, o nariz, pra sentir seu perfume e novamente da boca, vem aquela ofensa sem nexo ainda mais quando os dois sabem que nossos perfumes juntos são os melhores de todo o universo. E o ouvido, sempre receptivo, leva as notícias e as palavras de forma descontraída e geram mais diversões para as mãos, as bocas e os narizes. E nem um nem o outro são heróis sozinhos, todos juntos acumulam pontos e vão se somando e de forma gritante, fazendo com que aquele beijo se torne tão esperado como se fosse o primeiro, ou o último e ainda deixa ao gostinho de "volto logo" e assim, coloca esses protagonistas para brincarem mais e mais. E brincam sem parar, brincam sem parar, sem parar, parar.
Das idéias vem as realizações, das grandes realizações as imagens marcantes e, de todas as grandes marcas, um rabisco, um esboço, um rascunho.
27 maio, 2007
14 maio, 2007
XXXI - Um Longo Breve Passo
E lá se foram cinco meses desde a última palavra colocada aqui. Desde aquele dia nada de criativo me vem à cabeça. Nada que me soe interessante ou que me acresça ou decresça em algo. É completamente inútil tentar entender de onde vem tanta falta de inspiração, mas o fato é que é isso e pronto. O vago, o sem razão, o sem palavras. É assim que vivo ultimamente. Mas não que seja desanimador, não é o caso. Aliás, desanimar é uma coisa que não me lembro como se faz há pelo menos dois anos.
Meu corpo, minha alma e, por sua vez, minha cabeça tem tempo apenas para o ego ou a que se denomina vida real, mas que de real nem tem tanto assim. Digamos que o tempo que me restava foi tomado por completo por algo que não sei o que é. Passei um tempo organizando tudo para ver se eu descobriria por fim o que é que me toma tanto tempo assim e ao terminar, percebi que havia me atrasada muito com meus a fazeres, e logo, tive que correr contra o tempo para acertar as coisas.
Mas não me esqueci deste espaço. É um espaço simples, sem sofás ou sequer almofadões, mas que me traz conforto quando passo por ele.
Enfim, por hora me resta um suspiro. Fecho agora a porta e guardo bem as chaves. Mais hora, menos hora passarei aqui de novo. Por momento estou satisfeito e mesmo que não tivesse, não posso perder tempo ou perder o tempo; antes que ele se perca de mim.
Meu corpo, minha alma e, por sua vez, minha cabeça tem tempo apenas para o ego ou a que se denomina vida real, mas que de real nem tem tanto assim. Digamos que o tempo que me restava foi tomado por completo por algo que não sei o que é. Passei um tempo organizando tudo para ver se eu descobriria por fim o que é que me toma tanto tempo assim e ao terminar, percebi que havia me atrasada muito com meus a fazeres, e logo, tive que correr contra o tempo para acertar as coisas.
Mas não me esqueci deste espaço. É um espaço simples, sem sofás ou sequer almofadões, mas que me traz conforto quando passo por ele.
Enfim, por hora me resta um suspiro. Fecho agora a porta e guardo bem as chaves. Mais hora, menos hora passarei aqui de novo. Por momento estou satisfeito e mesmo que não tivesse, não posso perder tempo ou perder o tempo; antes que ele se perca de mim.
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