Na quarta-feira estava nos jornais e nas revistas diárias, estava na internet e na boca da população. As senhoras que lavavam o quintal sabiam de cor e salteado sobre o acontecido. Os telefones não paravam de tocar e os e-mail de corrente já haviam começado a entupir inúmeras caixas postais.
“Menina salva por alfaiate em pleno domingo passa bem e não corre risco”
A notícia falava de um heróico alfaiate, que aceitara se deslocar de sua moradia e doar seu sangue para uma menina que sofrera uma cirurgia demorada e que, por uma falha de logística e surpresa do hospital, descobriu que não havia mais sangue do tipo necessário no “estoque”. E se tratava justamente do tipo raro.
Eu reconhecera aquele alfaiate e reconhecera a mulher da foto. Incrível. Até eu me comovi. Não se sabe como aquela mulher descobrira do sangue daquele homem. Não se sabe como tudo de fato aconteceu, nem se tudo fora tão simples como a que a notícia passa.
Também não sei dizer se ela chegara a ele graças a mim ou ao destino, ou se chegara lá pela sua persistência ou pela sua fé. Só sei que, se qualquer vírgula faltasse aqui, todo o rumo desta história seria mudado.
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