Foi assim que o diálogo começou, meio que sem motivo, depois de um momento de silêncio proposital.
– O que você quer ser quando...
– Crescer? Já cresci. Já sou grandinho.
– Como você sabe?
– Aprendi a amar. Bem que poderia me perguntar o que eu quero ser agora que sei amar...
– Hmm... Então tá! O que você quer ser quando souber amar?
– Música.
– Músico?
– Não! Música mesmo. Músico eu já sou.
Foi assim também que o diálogo acabou e foi assim que o silêncio brando veio de novo, dando vez apenas ao som da brisa morna que vinha das bandas de lá.
Bem provavelmente, você deve estar se perguntando meu motivo de querer ser música e para saciar tua curiosidade, leitor, deixo a ti a minha explicação:
Eu quero ser música pra poder penetrar por teus ouvidos e invadir tua mente com as palavras que passei anos estudando. Criar uma sentença com a combinação perfeita para convencê-la de que sou eu...
Eu quero ser música para entoar eu teu coração os bemóis e sustenidos menores que aprendi especialmente para musicar aquelas palavras dali, que passaram por aqui de forma coerente aos meus poemas.
Quero ser música para que entre escalas pentatônicas e cromáticas, harmônicas e diatônicas, eu possa significar um universo egoísta onde somente eu possa te hipnotizar, te derreter, te desconcentrar de lá e te concentrar pra cá, te manipular com a leveza que só eu, música, poderia fazer.
Quero ser música para que entre escalas pentatônicas e cromáticas, harmônicas e diatônicas, eu possa significar um universo egoísta onde somente eu possa te hipnotizar, te derreter, te desconcentrar de lá e te concentrar pra cá, te manipular com a leveza que só eu, música, poderia fazer.
Quero ser música, para envolver-te em minhas teorias musicais, orquestradas, à capela ou mono-instrumental onde teu modo de existir tem um só significado para mim.
Significado de um tema único chamado "Você".
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