Amuou. De repente parou de cantar e eu, preocupado reservei 10 minutos do meu tempo para conversar com ele.
- O que há de errado meu pequeno tesouro? Andas tão amuado que amuas também meu coração. -
Dizer-te o que há, não irá livrar-me desta tristeza, mestre. Mas se abriste mão de teu precioso tempo para aqui estar, direi-lhe então. - suspirou e continuou - Lembra-se o pássaro amarelo que pousara em minha gaiola? Livre e solto? Feliz e cantador?
Antes que eu dissesse que me lembrava, quis esquecer, quis ter certeza que poderia não ter visto, mas apenas apertei meus olhos e respondi positivamente com a cabeça
- Pois bem, - disse me o pássaro - conversamos sobre essa tal de liberdade e ele me contou tantas coisas boas que se faz lá fora, que perdi a vontade de cantar aqui dentro.
Você, leitor, que deve estar certo de ter lido isso em algum lugar, provavelmente o fez, e não diferente do que leu, atendi de pronto, embora profundamente deprimido, a abertura dos portões da liberdade.
- Vá, pequeno tesouro. Já vi incansáveis vezes essa história e não será eu quem irá mudá-la. Vá e seja livre. Seja você em seu mundo real. Eu já não posso mais...
- Cala-te, mestre! Não partirei.
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