Ele era só um amigo, mais um dentre vários. Fazia tempo que não falava com ele. Não por maldade ou por nada, mas pelo o que a vida nos coloca no caminho, o rumo que cada um toma e o que faz ou que viaja, de quem se toma conta e quando vê, o tempo passou e já faz mais de três anos.
Lembro-me de uma época em que tínhamos uma banda de rock, nada muito técnico com foco em futuro promissor, mas só pelo fato de jogar na música um pouco de sentimentos e sem querer, unir amigos.
Foi daí que deu uma saudade. Escrevi-lhe um e-mail, pois sabia que mesmo tanto tempo depois algumas coisas não mudariam tanto. E não foi que acertei? O sentimento ainda existia e só de saber disso, já fiquei aliviado. Chamamos mais uma amiga importante pra que o conjunto funcionasse como deveria. Se não fosse assim, não seria a mesma coisa.
Mas não juntamos, não formamos a banda de novo. Alguém embarcou meu amigo num vôo pra longe e só volta daqui um ano. Poxa!... Justo agora?
Bom, sabe aquela velha história de que só damos valor pra algo que temos depois que perdemos? Pois é, foi o que me passou na cabeça. Mas espera um instante: São apenas 365 dias e logo volta, mas o sentimento da saudade daquela amizade me fez, mesmo assim, convidar-lhe a nos encontrar.
Foi ótimo, em menos de três semanas nos encontramos duas vezes e uma delas, pra uma despedida. Senti-me muito bem. Valorizado, talvez, pois naquela última noite antes da sua viagem estávamos apenas nós três e meu amigo num lugar pra muita gente.
Percebe o que eu quero dizer? Podia ser um encontro com 129 contatos do Orkut ou do MSN, pessoas que apareceriam pra se aproveitar de alguém disposto a pagar a conta ou só “pra constar”, ou fofocar, criticar, percebe?
Dizem que amigos é coisa rara e que devemos tomar cuidado com as pessoas que confidenciamos palavras ou temos como exemplo de vida, mas nesse ponto eu tenho sorte. Amigos, eu tenho mais do que quatro e você é um deles.